Descentes de José Pedro de Oliveira reuniram-se no salão da Vila Sete de Julho para celebrar a longevidade familiar  

 

Mais de 180 pessoas, descendentes de José Pedro de Oliveira, vindas de várias cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, participaram durante o domingo (22), no salão comunitário da Vila Sete de Julho, em Capinzal, do 11º Encontro da Família Oliveira (Leia o histórico da Família no final desse reportagem).

 

Foi um momento muito especial que permitiu o reencontro entre as gerações, a recordação de fatos que marcaram a caminhada da Família na região e, principalmente, para estreitar ainda mais os laços afetivos que formam a base familiar.

 

Foi o dia para reencontrar familiares que moram longe, de conhecer os novos membros da família e de celebrar a fé, a saúde e a longevidade em um ambiente decorado especialmente para acolher a todos.

 

Programação

 

Os participantes foram acolhidos logo cedo com um café da manhã. Às 10h30min houve a abertura oficial com a apresentação dos membros da comissão organizadora, a leitura da história da família Oliveira na região e um culto em ação de graças celebrado pelo Diácono Jaime Bertoldo.

 

O momento mais marcante ficou por conta da música “Oração da Família” que cantada com todos de mãos dadas simbolizou a união e o respeito entre todas as gerações.   

 

Logo em seguida foi servido um delicioso almoço a base de churrasco, saladas, pães e outros pratos. No período da tarde houve música ao vivo, mateada, sorteio de brindes e outras atividades que permitiram uma integração ainda maior entre os familiares.

 

A história da família Oliveira

 

José Pedro de Oliveira, patriarca de nossa família, é filho de Leocadio de Oliveira e Carmozina Joaquina de Oliveria.

 

Seu pai, que nasceu na Europa, cruzou os mares em direção ao Brasil ainda pequeno, com aproximadamente 12 anos.

 

Sua vinda ao país, assim como para outras pessoas, foi motivada por um conjunto de situações. A primeiro, pela instabilidade social e econômica que assolava a Europa no final do século 18 e início do século 19, em razão da influência do iluminismo, cujas ideias provocaram a eclosão da revolução francesa e a revolução industrial. A segundo, pelo progresso que prometia o Brasil, que vivia, no século 19, a aspiração pela independência de Portugal e de ocupação do interior de seu território.

 

Foi em nesse contexto histórico que José Pedro de Oliveira nasceu em Taquari (RS) em 1870. Cresceu na região metropolitana de Porto Alegre, na parte central do Rio Grande do Sul. Já adulto, José Pedro casou-se com Candida Luiza da Silva, aos 25 anos, em 1895. Seus 10 filhos nasceram ao longo de 26 anos, todos em Taquari (RS). São filhos de José Pedro de Oliveira:

 

João Miguel de Oliveira, conhecido como Janga, que nasceu em 08/05/1896;

 

Generoso de Oliveira, que nasceu em 1º de abril de 1898;

 

Maria Manoela, conhecida como Belela, que nasceu em 18/11/1901;

 

Maria Etelvina, conhecida como Terva, que nasceu em 28/01/1904;

 

Antonio de Oliveira, que nasceu em 06/01/1908 e faleceu aos 21 anos, solteiro e sem filhos;

 

Maria Militina de Oliveira, conhecida como Milita, que nasceu em 15/09/1909;

 

Sylvio José de Oliveira, conhecido como Silva, que nasceu em 12/05/1911;

 

Marcírio José de Oliveira, que nasceu em 1914;

 

Belcino de Oliveira, conhecido como Nena, que nasceu em 08/06/1919 e

 

Balduíno José de Oliveira, conhecido como Badico, que nasceu em 1921.

 

Com o crescimento da família, após mudarem-se para Montenegro, José Pedro manteve seu próprio empreendimento. Tal empreendimento tratava-se de tafona, cujos produtos do moinho, como farinha e polvilho, eram transportados de carreta até o trem e, por fim, levados para lugares distantes dali. Na tafona trabalhavam José Pedro e sua esposa, os filhos que assumiam seus deveres assim que cresciam e alguns funcionários que, inclusive, moravam na propriedade de José Pedro em instalação própria.

 

As histórias retratam José Pedro como um homem bondoso, que acolhia a todos os viajantes que precisavam de poso, lugar para descansar ou comer e que não negava oportunidade de trabalho a quem precisasse. Exemplo disso é a escola que José Pedro abrigou em sua casa. Sendo todos agricultores sem instrução formal na vila em que moravam, José Pedro foi procurado por um professor, que buscava um espaço para lecionar. De pronto concedeu a estrutura de um cômodo da casa, que era feita inteiramente de pedras e que a família construiu durante anos, para acomodar a pequena escola, frequentada por seus filhos e as demais crianças das redondezas, incluindo os filhos de seus funcionários.

 

Em Montenegro, essa casa foi a última moradia da família até a vinda para Santa Catarina, o que aconteceu em meados de 1940.

Nessa época, por não se mostrar mais produtiva o suficiente as terras das quais eram proprietários e produtores, alguns dos filhos de José Pedro foram, aos poucos, mudando-se para Santa Catarina, em busca de novas oportunidades e boas terras para plantação.

 

Assim, os filhos de José Pedro, já adultos e, em sua maioria, casados e com família, venderam todos os seus bens e mudaram-se para Piratuba.

 

Dos filhos de José Pedro, Maria Manoela, Balduíno e João Miguel ficaram no Rio Grande do Sul, ao passo que Generoso, Marcírio, Sylvio, Maria Militina, Maria Etelvina e Belcino mudaram-se para Santa Catarina.

 

Em Piratuba, estabeleceram-se nas chamadas Linha Navegantes e Linha Picadão, esta última hoje conhecida como Zonalta.

 

Maria Etelvina e Generoso, posteriormente mudaram-se novamente e passaram a viver no Paraná.

 

José Pedro, já depois do falecimento de Candida, sua esposa, e de ter casado novamente, dessa vez com Rosa Amélia, mudou-se efetivamente para Santa Catarina, passando a residir em Piratuba com seus filhos.

 

Do casamento com Rosa Amélia, José Pedro não teve filhos.

 

Por fim, José Pedro de Oliveira faleceu em 28 de abril 1943, em Piratuba. Todos os seus filhos também já são falecidos.