Mãe de bebê desaparecido em SC revela que entregou criança
- Osmair Schiavini Gomes
- 09/05/2023 14:50

A mãe do bebê desaparecido de São José, Nicolas Areias Gaspar, confessou que entregou o menino a um homem depois de dois anos de insistência. A criança foi encontrada com um casal em São Paulo, nesta segunda-feira, 8.
A delegada da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami) de São José, Sandra Mara, contou que a mãe de Nicolas conheceu o homem que pegou a criança durante a gravidez, em um grupo de apoio.
“Trata-se de um aliciador, que ficou durante dois anos querendo aquela criança para entregar a outro casal”, explicou. Eles foram detidos a caminho do Fórum de Tatuapé, onde iriam entregar Nicolas a um promotor de Justiça diante da repercussão do caso.
O menino foi apreendido pelo Ministério Público de São Paulo, com um mandado de busca e apreensão de Santa Catarina, e entregue ao Conselho Tutelar paulista. O homem e a mulher, que não são casados, foram presos em flagrante por tráfico de pessoas.
“A menina [mãe de Nicolas] entrou em um grupo de apoio quando estava grávida e ele começou a conversar com ela, nesse grupo de apoio, querendo a criança, dizendo que era para ele, então tem dois anos assediando para entregar a criança. Ela é uma pessoa de saúde mental vulnerável, em um ato de desespero, ela entregou”, avalia Sandra Mara.
Interrogatório da mãe
A mãe de Nicolas estava internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), depois de ser encontrada desacordada, e recebeu alta nesta segunda. A delegada conta que a esperou na porta do hospital e a levou na delegacia em seguida.
“Não podia perder um minuto nessa investigação, por que nós já tínhamos perdido cinco dias.”
Inicialmente, a mulher negou que havia entregue a criança, mas depois acabou confessando. Sandra Mara afirma que “ela não falou em entrega de dinheiro. Nós só vamos ter certeza disso a partir da quebra de sigilo bancário, que agora também vai fazer parte da investigação”.
A intenção da Polícia Civil catarinense era ir até São Paulo e executar o mandado de busca e apreensão de Nicolas, além de quatro mandados de prisão. Mas a investigação tomou outro rumo porque o menino está sob a jurisdição da Justiça de São Paulo.
“O juiz da Vara de Infância e da Juventude vai decidir quem vai levar, se é o Conselho Tutelar de São José que vai buscá-lo ou se é o de São Paulo que vai trazê-lo. Ontem conversei com o Judiciário e não iria ter entrega nenhuma hoje durante o dia sem eles analisarem o caso”, diz a delegada.
A mãe não foi presa em flagrante porque a conduta dela ainda será avaliada pela polícia, assim como a quebra de sigilo bancário, para verificar em qual crime será enquadrada.
Homem que intermediou ‘doação’ de criança desaparecida em SC detalha esquema
O homem que intermediou o contato entre a mãe da criança de São José, que ficou desaparecida por nove dias, e a mulher que levou o menino até São Paulo, disse à Polícia Militar paulista que conheceu a jovem durante uma reunião com pessoas que demonstram “intenção de adotar”.
A informação foi divulgada em uma coletiva de imprensa com a polícia, no início da tarde desta terça-feira (9). O menino de 2 anos estava desaparecido desde 30 de abril, depois de a mãe passar mal e não saber informar o paradeiro da criança.
“Ele tem um vínculo de amizade e se conheciam através de runiões e grupos de WhatsApp. Como e o porquê não se sabe, diz ele que também tinha interesse em adotar antes com a esposa, frequentou as reuniões e conheceu ela [a mãe]”, diz o sargento M. Roberto, que participou da abordagem do casal.
A criança foi encontrada na noite desta segunda-feira (8), no bairro Tatuapé, na Zona Leste da Capital paulista. Segundo os policiais, a criança estava no banco traseiro, aparentemente limpa e bem-alimentada.
Ao abordar o veículo, os policiais perguntaram se algum dos dois era o pai ou a mãe da criança, porém, eles não responderam. A mulher, Roberta Porfírio, porém, informou que ela era a responsável pela criança e mostoru a certidão original.
“Perguntamos para onde ela estava indo e o que ela pretendia fazer com a criança, se ela não era um familiar de primeir grau. Ela disse que tentaria a adoção da criança. Aí pedimos para nos acompanhar até o Fórum Tatuapé, que estava próximo, onde tem a Vara de Infância e Juventude”, diz Roberto.
Roberta e Marcelo Valverde, o intermediador, foram presos em flagrante por tráfico de pessoas. Segundo a polícia, a mãe teria entregue a criança e Roberta estava com o menino desde 30 de abril. Apenas nesta segunda, segundo a polícia, ela e Marcelo de encontraram.
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Créditos: Por ND+