Polícia

Mulher esquartejada em mala na rodoviária de Porto Alegre é identificada; suspeito já havia matado a mãe em 2015

  • Gabriel Leal
  • 08/09/2025 14:06
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A Polícia Civil confirmou que o corpo encontrado esquartejado dentro de uma mala na rodoviária de Porto Alegre pertencia a Brasília Costa, de 65 anos, natural de Arroio Grande, no Sul do Estado. Ela morava na Zona Norte da capital e trabalhava como manicure. Segundo as investigações, Brasília mantinha um relacionamento com o principal suspeito, o publicitário Ricardo Jardim, também de 65 anos.

Ricardo foi detido na madrugada de sexta-feira, 5 de setembro. Ele tem um histórico criminal grave: em 2015, foi condenado a 28 anos de prisão por assassinar a própria mãe e ocultar o corpo em concreto. Estava em liberdade devido à progressão de regime. O delegado Mário Souza descreveu o investigado como “frio, calculista e extremamente inteligente”.

Linha do tempo do crime

De acordo com a polícia, a manicure teria sido morta em 9 de agosto. Quatro dias depois, partes do corpo foram localizadas em sacos de lixo no bairro Santo Antônio. No dia 20, câmeras de segurança flagraram Ricardo deixando uma mala no guarda-volumes da rodoviária. Dentro dela estava o tronco da vítima, que só foi encontrado quase duas semanas depois, após funcionários sentirem o forte odor.

Para dificultar a identificação, o suspeito teria cortado as digitais e separado a cabeça por último. Essa parte do corpo ainda não foi localizada. A investigação trata o caso como feminicídio, aguardando laudos para confirmar a causa da morte.

Motivações e novas suspeitas

O publicitário foi flagrado com o celular de Brasília e teria enviado mensagens se passando por ela para tranquilizar familiares. Também tentou utilizar os cartões da manicure. A principal hipótese para o crime é de motivação financeira.

As autoridades ainda apuram se Ricardo usava perfis falsos criados com imagens geradas por inteligência artificial para atrair mulheres. A participação de terceiros no caso também não foi descartada.

O delegado classificou o episódio como uma “afronta à sociedade e à polícia”, reforçando que a intenção do investigado seria se beneficiar financeiramente da vítima.

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