Educação

Profissionais da AMA de Capinzal destacam avanços e desafios no atendimento a pessoas com autismo

  • Gabriel Leal
  • 21/10/2025 10:32
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A Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA) de Capinzal tem intensificado o trabalho de atendimentos e avaliações voltadas a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O encaminhamento dos casos ocorre por meio de instituições de ensino, médicos e demais profissionais, que solicitam a avaliação através de protocolos específicos. Após a realização das etapas, é elaborado um relatório multidisciplinar, que é devolvido ao profissional ou instituição encaminhadora, indicando os procedimentos seguintes.

Atualmente, cerca de 100 alunos são atendidos entre os níveis I, II e III de suporte dos municípios de Capinzal, Ouro, Lacerdópolis e Zortéa. O atendimento no nível III é realizado em parceria com a Federação Catarinense de Educação Especial, enquanto os níveis I e II são contemplados por meio de projetos viabilizados pela entidade. No momento, aproximadamente 22 crianças aguardam na fila para atendimento e outras 12 esperam pela avaliação inicial.

O trabalho da AMA inicia com o acolhimento dos pais e responsáveis, em que são repassadas explicações sobre o transtorno. Os atendidos participam da estimulação precoce — voltada a crianças de 0 a 5 anos e 11 meses. Após esse período, os alunos permanecem em acompanhamento contínuo com avaliações periódicas e protocolos complementares junto ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), entre outros.

A equipe multiprofissional conta com fisioterapeuta, educador físico, psicólogo e terapeuta ocupacional. Embora a AMA ainda não disponha de fonoaudiólogo, os profissionais recebem assessoria técnica para garantir a qualificação no atendimento e o alinhamento das práticas.

Diferente das instituições de ensino, a AMA tem caráter terapêutico, com foco em estratégias de estimulação e desenvolvimento que promovam a inclusão do aluno no ensino regular. Entre os destaques do trabalho, está a atuação da Educação Física, voltada ao fortalecimento da coordenação motora, equilíbrio, regulação emocional e interação social. Durante os atendimentos, é aplicado o método ABA (Análise do Comportamento Aplicada), que busca compreender e direcionar o comportamento da criança de forma estruturada e segura.

Para ampliar a capacidade de atendimento e reduzir a fila de espera, a entidade está construindo duas novas salas terapêuticas. Uma reunião está prevista para a próxima semana, quando parte das crianças em espera deverá ser chamada para início das atividades. Mesmo com os avanços, a coordenação reconhece a complexidade do desafio em zerar totalmente a lista.

Atualmente, a AMA de Capinzal é composta por cerca de 30 profissionais, entre especialistas e equipe de apoio.

Nesta terça-feira (21), o Jornal 102 entrevistou a coordenadora pedagógica da AMA, Neila Sarmento Bearzi, e a profissional de Educação Física, Letícia Duarte Zeni, que detalharam as etapas do trabalho e os desafios enfrentados no atendimento às famílias.

Ouça a entrevista:

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