Jornal A Semana

MEDO

  • Douglas Varela
  • 24/02/2018 10:23
3352128675a91677bc0a686.78333624.jpg

Olá? Está bem? O que faz? Como foi seu dia? É. Já temos tanta intimidade, somos companheiros a tanto tempo, de tantos modos, em tantas ocasiões, nas mais desesperadas horas, que me sinto à vontade para tratá-lo assim; como se fosse de “casa”.

Sentimentozinho medíocre! Capaz de causar esse aperto no peito, que me faltam palavras para descrever. Por mais que lhe odeie, sempre está presente, me subestimando, jogando para baixo, duvidando, estancando minha luz. Deixando tudo escuro. Tudo ofuscado. Tudo repleto de medo. Medo! Tenho medo, do que faço, do que deixei de fazer, do que poderia ter feito. Medo de ser julgada, de ser criticada, de ser repudiada. Medo do que falei medo do que irão pensar de mim. Medo do que sou e medo daquilo que querem que eu seja.

Tenho medo. Por que não posso agir segundo minha própria vontade, ser do meu jeito, ter a minha marca, carregar as minhas cicatrizes, saber o prelúdio, o destino e o porquê das minhas dores? Você me coloca nessa redoma, nesse “estilinho” querendo que eu vivesse para satisfazer suas vontades e lhe proporcionar orgulho, comparando-me, exigindo-me. Magoando-me. Só que eu não consigo ser assim. E tenho medo. De não ser bom o suficiente, de você desistir de mim, de me achar sem graça, desinteressante, sem propósito. Realmente, tenho medo.

Mas a verdade mesmo, é que tenho medo de você! Por ter tanto efeito sobre mim, a ponto de fazer não ser eu mesma. Estou disposta a deixar de lado o medo, e deixar de lado também você. Pessoas que nos causam esse tipo de sentimento, não merecem o espaço que ocupam e as venerações que lhe fazemos. Se quiser viver de máscaras, com personagens fictícios e pessoas que representam ser o que não são, vá a um teatro! E se quer alguém perfeito, compre uma Barbie!

Enquete