Justiça

Júri popular de mulher que matou o marido e escondeu corpo no freezer ocorre nesta semana em Capinzal

  • Jardel Martinazzo
  • 25/08/2025 07:20
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Foto: Reprodução/Redes Sociais

Um dos julgamentos mais aguardados dos últimos anos na região está marcado para esta semana. No banco dos réus estará Claudia Tavares Hoeckler, acusada de matar o marido e ocultar o corpo em um freezer, no município de Lacerdópolis.

O júri popular ocorrerá na quinta-feira, dia 28 de agosto, a partir das 9h, na Câmara de Vereadores de Capinzal. O sorteio dos jurados que irão compor o Conselho de Sentença foi realizado no último dia 7, seguindo os trâmites legais do Tribunal do Júri.

O crime aconteceu em novembro de 2022, quando Valdemir Hoeckler, de 52 anos, foi encontrado morto na casa em que vivia com a esposa, após permanecer cinco dias desaparecido. Claudia foi pronunciada pelos crimes de homicídio duplamente qualificado — por asfixia e por recurso que dificultou a defesa da vítima —, além de ocultação de cadáver e falsidade ideológica.

De acordo com a denúncia, a ré teria dopado o marido, amarrado seus membros e o asfixiado com uma sacola plástica. Em seguida, escondeu o corpo em um freezer e, no dia seguinte, registrou boletim de ocorrência relatando o desaparecimento da vítima.

O julgamento será presidido pela juíza Jéssica Evelyn Campos Figueredo Neves. Na acusação atuará o promotor Rafael Baltazar Gomes dos Santos, enquanto a defesa será conduzida pelos advogados Matheus Molin, Eduardo Fernando Rebonatto, Jader Marques e Tiago de Azevedo Lima.

A Capinzal FM apurou que o acesso ao júri será aberto ao público, porém com número limitado de vagas, distribuídas por ordem de chegada.

Em razão da limitação do espaço físico, o juízo da 2ª Vara da Comarca de Capinzal determinou que parte das vagas seja reservada aos familiares da vítima e da ré. O restante do plenário permanecerá acessível ao público em geral e aos profissionais da imprensa, respeitada a lotação máxima. Para tanto, serão distribuídas senhas, por ordem de chegada, ao público geral. Profissionais da imprensa devem se cadastrar até as 15h do dia 27 de agosto. 

Com o objetivo de assegurar a ordem, o bom andamento dos trabalhos e o cumprimento do segredo de justiça decretado, deverão ser observadas as seguintes orientações:

Os celulares de todos os presentes deverão permanecer desligados durante toda a sessão; 

Recomenda-se o menor número possível de pessoas por equipe de imprensa;

Cada pessoa deve portar identificação oficial do veículo de imprensa e CPF;

Haverá detector de metais na entrada. Para dar fluidez ao acesso, os equipamentos devem estar reunidos em um único lugar e ser entregues ao policial; 

O acesso da imprensa ao Salão do Júri ocorrerá após a entrada do público, em sistema de revezamento;

Será possível acompanhar integralmente a sessão, mas sem uso de celular, salvo para registros fotográficos.

Não será permitida transmissão do júri a nenhum veículo de imprensa ou instituição;

Não será permitida intervenção ao vivo de dentro do Salão do Tribunal do Júri;

Não será permitida a captação de imagens com áudio da sessão, seja para televisão ou internet;

Serão permitidos apenas registros fotográficos da sessão e que não identifiquem os jurados e testemunhas.  

O júri não deve se estender por mais de um dia, mas não há previsão de horário para término.


Claudia, que era professora e teve uma filha com a vítima, chegou a prestar depoimento três dias após comunicar o sumiço do marido. Na ocasião, ainda não era considerada suspeita, mas os policiais notaram ferimentos em seu corpo, possivelmente resultantes de uma luta corporal.

Ela havia se comprometido a realizar exame de corpo de delito e liberar a residência para perícia, mas, após sair da delegacia, não foi mais localizada.

A defesa sustenta que o crime foi consequência de anos de violência doméstica, incluindo agressões físicas, psicológicas e financeiras sofridas por Claudia ao longo de mais de duas décadas. Segundo a professora, o marido havia proibido sua participação em uma confraternização de fim de ano com colegas de trabalho em Abdon Batista, além de ter feito ameaças de morte dias antes do crime.

A investigação concluiu que ela teria agido sozinha.

 

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