Justiça

Júri de mulher acusada de matar o marido e ocultar corpo em freezer será nesta quinta em Capinzal

  • Jardel Martinazzo
  • 27/08/2025 08:08
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Um dos julgamentos mais aguardados dos últimos anos na região acontece nesta quinta-feira, dia 28 de agosto, em Capinzal. No banco dos réus estará Claudia Tavares Hoeckler, acusada de matar o marido, Valdemir Hoeckler, e ocultar o corpo em um freezer, no município de Lacerdópolis.

O júri popular terá início às 9h, na Câmara de Vereadores de Capinzal. O sorteio dos jurados que compõem o Conselho de Sentença ocorreu no último dia 7, seguindo os trâmites legais do Tribunal do Júri.

O crime

O caso ocorreu em novembro de 2022, quando Valdemir, de 52 anos, foi encontrado morto na residência do casal, após cinco dias desaparecido. Claudia foi pronunciada por homicídio duplamente qualificado — por asfixia e por recurso que impossibilitou a defesa da vítima —, além de ocultação de cadáver e falsidade ideológica.

Segundo a denúncia, a ré teria dopado o marido, amarrado mãos e pés e o asfixiado com uma sacola plástica. Em seguida, ocultou o corpo em um freezer e, no dia seguinte, registrou boletim de ocorrência relatando o desaparecimento da vítima.

O julgamento será presidido pela juíza Jéssica Evelyn Campos Figueredo Neves. A acusação ficará a cargo do promotor Rafael Baltazar Gomes dos Santos, enquanto a defesa será feita pelos advogados Matheus Molin, Eduardo Fernando Rebonatto, Jader Marques e Tiago de Azevedo Lima.

Acesso ao júri

O acesso ao julgamento será aberto ao público, mas limitado pela capacidade do local. Parte das vagas será destinada aos familiares da vítima e da ré. O restante ficará disponível para o público em geral e para profissionais da imprensa, com distribuição de senhas por ordem de chegada. Jornalistas precisaram se cadastrar até às 15h desta quarta-feira, 27 de agosto.

Entre as medidas determinadas pelo juízo da 2ª Vara da Comarca de Capinzal estão:

celulares desligados durante toda a sessão;

detector de metais na entrada;

revezamento da imprensa no Salão do Júri;

proibição de transmissões ao vivo e gravações com áudio;

permissão apenas para registros fotográficos que não identifiquem jurados ou testemunhas.

O júri deve ser concluído ainda na quinta-feira, embora não haja horário definido para o encerramento.

Depoimentos e versão da defesa

Claudia, professora e mãe de uma filha com a vítima, prestou depoimento três dias após registrar o desaparecimento do marido. Na ocasião, ainda não era considerada suspeita, mas policiais notaram ferimentos em seu corpo, possivelmente resultantes de uma luta.

Ela chegou a se comprometer a fazer exame de corpo de delito e liberar a casa para perícia, mas não foi mais localizada após sair da delegacia.

A defesa sustenta que o crime foi resultado de mais de 20 anos de violência doméstica, incluindo agressões físicas, psicológicas e financeiras. Segundo a ré, dias antes do crime o marido havia feito ameaças de morte e proibido sua participação em uma confraternização de fim de ano com colegas de trabalho em Abdon Batista.

As investigações concluíram que Claudia teria agido sozinha.

 

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