Justiça

Mulher sem câncer faz três sessões de quimioterapia após erro médico em Chapecó

  • Gabriel Leal
  • 13/10/2025 15:49
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Uma moradora de Chapecó passou por três sessões de quimioterapia após receber um diagnóstico incorreto de câncer de mama. Meses depois, exames comprovaram que ela não tinha a doença.

A cooperativa médica responsável pelo atendimento foi condenada pela Justiça a indenizar a paciente e o companheiro por danos morais, totalizando R$ 95 mil. A decisão é do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e foi divulgada nesta segunda-feira, 13 de outubro.

Troca de amostras causou o erro

De acordo com o processo, o equívoco ocorreu devido a uma troca de amostras biológicas durante a análise laboratorial.

Em 9 de setembro de 2022, o laudo da biópsia apontou a presença de carcinoma mamário invasivo, um tipo maligno de câncer. Com base nesse resultado, a paciente iniciou o tratamento quimioterápico.

Somente em novembro de 2022, uma nova análise identificou que a mulher, na verdade, apresentava um tumor phyllodes benigno, sem características cancerígenas. Nesse período, ela já havia sido submetida a três sessões de quimioterapia, que provocaram queda de cabelo, vômitos e a necessidade de uso de cateter, deixando marcas físicas e emocionais.

Indenização confirmada pelo TJSC

O TJSC manteve integralmente a condenação contra a cooperativa médica, reconhecendo falha na prestação do serviço e grave dano moral.

A paciente receberá R$ 75 mil, enquanto o companheiro, que acompanhou todo o sofrimento e as sequelas do tratamento indevido, receberá R$ 20 mil a título de dano moral reflexo.

O tribunal também determinou que os juros de mora incidam desde a data do diagnóstico equivocado, 9 de setembro de 2022. O recurso apresentado pela cooperativa foi negado, mantendo-se a decisão de primeira instância.

Falha grave e impacto humano

Na decisão, o relator destacou que o erro ultrapassa o limite do “mero dissabor”, configurando violação à dignidade e à integridade física e emocional da paciente. O caso evidencia a importância de protocolos rigorosos de identificação e conferência de amostras biológicas, para evitar situações de sofrimento irreversível.

Créditos: NSC

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